Logomarca

BLOG

Mercado de jogos de tabuleiro avança no Brasil, apesar dos grandes desafios

Imagem Destaque Mercado de jogos de tabuleiro avança no Brasil, apesar dos grandes desafios

Mercado de jogos de tabuleiro avança no Brasil, apesar dos grandes desafios
rafaelbaldo

Rolar dados, jogar cartas e alcançar um objetivo deixou de ser apenas uma brincadeira. O mercado de jogos de tabuleiro (ou board games) no mundo movimentou mais de R$ 53 bilhões só em 2024, segundo a consultoria Statista. No Brasil, esse mercado deixou de engatinhar, mas ainda enfrenta grandes desafios para se consolidar no contexto internacional.

De acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), os tabuleiros passaram a representar 13,1% das vendas de brinquedos no Brasil. Em 2017, esse índice era de 9,1%. O crescimento reflete a tendência de alta desse segmento e estimula pequenos negócios e empreendedores a se aventurarem no mundo dos jogos analógicos.

Empreender no mercado de jogos de tabuleiro é um desafio que envolve lidar com a alta concorrência, os custos elevados de produção e distribuição, além de educar o público sobre a diversidade e temas abordados nos jogos.

Eúde Cornélio, gestor nacional de TIC e Games do Sebrae.

Um dos maiores desafios é equilibrar o desenvolvimento criativo, que exige tempo e muitos testes, além de checar a viabilidade financeira do projeto. Segundo Eúde, manter o engajamento dos clientes demanda inovação constante, seja com novos títulos ou expansões. “No entanto, quando conseguimos criar um jogo e ver o retorno do investimento chegando, tanto em vendas quanto no reconhecimento do mercado, percebemos que todo o esforço vale a pena para o empreendedor”, complementa.

Fel Barros trocou a carreira de professor para se consolidar como designer de jogos de tabuleiro. Foto: Arquivo pessoal.

Desbravando mercados

O empreendedor Fel Barros é experiente nesse setor. Foi sócio de uma editora, a Ace Estúdios, e trabalhou nove anos da CMON, uma das maiores editoras de board games dos Estados Unidos. Porém, a vontade de poder criar o que quisesse motivou Fel a sair da empresa americana e criar uma sua, brasileira. Fel e o irmão abriram a Samba Estúdios, focada em autores e artistas brasileiros, e garantiram projetos no Brasil e no exterior por meio de financiamento coletivo.

Eu tinha muito essa missão pessoal, de como eu poderia impulsionar mais o cenário brasileiro de jogos de tabuleiros. E tentar, de alguma maneira, ajudar nossa reputação.

Fel Barros, empreendedor.

O autor José Mendes, de Brasília (DF), seguiu outro caminho: vender seus tabuleiros para empresas estrangeiras republicarem. Um dos sucessos dele é Brazil: Imperial, um jogo de gerenciamento de recursos com figuras históricas da monarquia no país. Para José, é fundamental considerar o mercado internacional para garantir a sustentabilidade no setor de board games.

“Aqui, no Brasil, o mercado ainda é pequeno. Você tem tanto empresas aqui que poderiam lançar o seu jogo quanto empresas lá fora fazendo o mesmo. Mas, com certeza, a quantidade de cópias vendidas lá fora é muito maior. Então, geralmente a gente pensa em fazer um jogo para lançar no mercado internacional”, analisa.

A Biblioteca Lúdica de Igor Cavalcante oferece várias opções de tabuleiro. Foto: Arquivo pessoal.

Incentivo para a jogatina

Na capital do Rio Grande do Norte, um empreendedor também buscou nos jogos de tabuleiro uma alternativa de atuação. Igor Cavalcante criou o projeto Biblioteca Lúdica, uma iniciativa que usa jogos como ferramenta na promoção da saúde, desporto e educação.

Além do espaço físico em Natal (RN), o projeto também conta com um braço virtual. A plataforma BoardGamePal ajuda jogadores a encontrar parceiros para a jogatina, indicando pessoas com preferências semelhantes, disponibilidade compatível e proximidade geográfica. A Biblioteca Lúdica foi contemplada no StartupNE 2023/2024, um programa de apoio e aceleração startups na região Nordeste do Brasil.

“Nesse programa do Sebrae, junto a outros parceiros, tivemos mentorias, capacitação e recursos para o estabelecimento do negócio. O reconhecimento no StartupNE também foi importante para dar credibilidade diante de outras empresas. Certamente não existiríamos nesse modelo sem a parceria do Sebrae”, avalia.

Powered by WPeMatico